Quando um poeta de verdade escreve, falar algo mais é redundante. Poesia perfeita é aquela que ao terminar já explicou tudo a que veio e de uma forma ou de outra falou o que você sentia, sente ou sentirá em algum momento. Fiquem com Paulo Leminski Filho e mais um genial poema do samurai malandro de Curitiba. *********************************************************** Um deus também é o vento Só se vê nos seus efeitos Árvores em pânico Bandeiras Água trêmula Navios a zarpar. Me ensina A sofrer sem ser visto A gozar em silêncio O meu próprio passar Nunca duas vezes No mesmo lugar A este deus Que levanta poeira dos caminhos Os levando a voar Consagro este suspiro Nele cresça Até virar vendaval (Paulo Leminski Filho)