Ele ficava na janela, espiando os carros que passavam pelas ruas do Leblon. Ela, completamente nua na cama, admirava seu parceiro só de cueca e de costas. Ficava torcendo para ele vir imediatamente para a cama e roçar a sua pele , que para ela era a mais macia do que qualquer homem que tivesse conhecido. Aliás, ela desconfiava que só aguentava as diferenças culturais e financeiras, desse seu relacionamento adolescente(bem como sua mãe dizia), por causa da sua pele; pele negra e macia. Ele parecia envolto de mistérios e comentários inteligentes, mas quando saía da janela , só reclamava em não entender o porquê dos amigos dela terem tanta depressão. Ele não conseguia entender, e ela muito menos não entendia o porquê daqueles questionamentos. Para ela, a vida dos outros pouco importava,ela uma psicológa bem resolvida e que já havia experimentado de tudo (ou pelo menos achava) na vida e tinha tudo o que desejava, pouco importava se o vizinho morria atropelado ou se jogava ...