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Mostrando postagens de setembro, 2017

SÃO FRANCISCO MARGINAL

CAPÍTULO I – ENQUANTO EU SEI QUE TEM TANTA ESTRELA POR AÍ Era rotina , naquele verão, chegar e apanhar em casa. Mamãe sempre me batia com força na cabeça. Já tinha até acostumado. Relaxava os músculos do pescoço e a deixava bater sem deixar cair uma lágrima. Toda vez que minha mãe pegava meus escritos , poemas sem sentidos, soltos ,pelo quarto, começavam as pancadas. Não admitia , em hipótese alguma, um filho poeta ou desenhista. Queria um advogado, que cuidasse das leis e da pensão dela, para quando ela se separasse do meu pai. Coisa que nunca acontecia... Mamãe me batia porque não tinha outro escape. Seus tapas já não me importavam e muito menos sentia dor. Criei uma rotina de desespero e angústia que suportava tudo. Eram tapas certeiros ao pé do ouvido, que me deixavam horas sem escutar um som. Sua mão só diminuia o ritmo, quando ela notava que não fazia a mínima diferença. Ela saia ralhando pelos cantos e gritava do corredor que era pro meu bem. Eu ficava sentado na