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A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO

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JOSÉ MARIA SOARES VIANA: pai , músico e escritor.

  Foto: Geraldo Kosinski JOSÉ MARIA VIANA: pai , músico e escritor. ©José Viana Filho Segundo domingo de agosto se comemora o dia dos pais aqui no Brasil, e considero um privilégio da minha geração comemorar com o seu nesse dia. Esse ano será um domingo bem triste para mim e toda minha família, porque perdi meu pai há quase oito meses. Ainda mais nos últimos anos, que o dia dos pais, das mães, natal e qualquer aniversário dos infindáveis irmãos, sempre foram motivo para reunir todos; ou quase todos. Os últimos cinco anos que passei ao seu lado, tenho as melhores lembranças dele: o aranhão rápido no violão, algumas memórias passadas bem vivas, uns comentários pontuais de quem sempre tem todas as conversas ao pé do ouvido, como também, seus atos repetitivos fruto da sua doença. Meu pai, que aqui escolho nesta coluna para representar todos os pais de Santa Inês, foi diagnosticado com Alzheimer em 2017. Ele lutou, como sempre lutara a vida por qualquer enfermidade e ou obstáculos, e ...

FILME "AINDA ESTOU AQUI"

  FILME "AINDA ESTOU AQUI" de Walter Salles  ©José Viana Filho                                       @waltersalles_oficial  como poucos cineastas ,sabe nos colocar no filme,na vida dos personagens. Em "AINDA ESTOU AQUI" não é diferente : mergulhamos,nos primeiros 40 minutos, na casa de Eunice e Rubens Paiva; seus filhos,suas comidas,seus amigos ,cachorro,parecem nossos.Tudo soa tão familiar...                                       Na minha opinião,é isso que nos faz no restante da película, sofrermos com o drama de Eunice Paiva ,e entendermos a força e sacrifícios dela e dos seus filhos ,em um final verídico e bem humano. Uma heroína de carne e osso vivida magistralmente por Fernanda Torres. Walter filma a tortura militar ,nos convidando ao drama dos Paivas. Simples,franco e direto...V...

VASCO, VALENCIA E VINI JR: O racismo no futebol.

                             VASCO, VALENCIA E VINI JR: O racismo no futebol. ©José Viana Filho Um dos grandes orgulhos de qualquer vascaíno é falar da resposta histórica de 1924. Um dos maiores documentos da história contemporânea contra o racismo nacional, muitas vezes é rechaçado, desprezado e até minimizado por diversos torcedores. Torcedores inclusive, dos times que se uniram para “expulsar” o campeão carioca da famosa liga racista, preconceituosa e burra. Burra porque tirava o time sensação da época, composto de craques pretos, pobres e que começariam a romper a barreira da elitização, fazendo com que o futebol fosse popularizado pelo Brasil território adentro. Todo vascaíno carrega um pouco desse DNA, e sim, sempre lembraremos desse momento histórico; seremos repetitivos, enfáticos e porque não dizer , didáticos quando se tratar de racismo. Cem anos depois, um século exato completo em 2023, do título cario...

CANGAÇO NOVO: Uma série que marca a dramaturgia nacional.

  CANGAÇO NOVO : Uma série que marca a dramaturgia nacional. ©José Viana Filho A série CANGAÇO NOVO retrata com mestria, a violência dos assaltos as agências bancarias no interior do Nordeste. Engana-se quem pensa que a obra é somente violência e ação: a narrativa é entrelaçada de conflitos, tais como, disputa política de grilagem de terras, a precariedade da distribuição da água em terras secas nordestinas, disputa de poder político, religiosidade e pobreza. Visto com esse prisma, o crime organizado ganha ainda mais poder de exposição. Os novos cangaceiros do nordeste, aqui vivendo em Cratará, fictícia cidade do sertão cearense, são frutos de todo esse caleidoscópio social. Partindo desse enredo vemos Ubaldo, interpretado de forma magistral por Allan Souza Lima, ir atrás de uma herança de terra, depois de descobrir uma carta no quarto de seu pai adotivo. Essa é a faísca que o roteiro precisa para explodir, ou melhor, nos apresentar a trama. Começamos a entender a “missão” de Uba...

Série "Succession" da HBO

  Série Succession da HBO ©José Viana Filho Um dos grandes sucessos da HBO, a série Succession (2018) é um caleidoscópio de sucessivas disputas familiares que envolve dinheiro, traição, acordos, como também, conflitos de casais, de irmãos, de trabalho. Tudo pincelado com a irônica, e porque não dizer, cruel linguagem do capitalismo de fusões, incorporações , mercado de ações dentro do bizarro  jogo de compra e venda de empresas e conglomerados. A figura central de toda trama é o patriarca da família Roy: tudo gira em torno do magnata do entretenimento dos EUA. Logan Roy é vivido magistralmente pelo ator escocês Brian Cox. O ator eleva a qualidade da interpretação, por impor ao seu personagem empatia imediata ao telespectador. Cox entra para o rool seleto de vilões, que nos supreendem pelas atitudes horrendas. São figuras que adoramos e até torcemos por suas ações maldosas, assim como, pela presença em tela e fina exposição dos diálogos do seu personagem. O elenco aliás, ...

© SÉRIE O URSO : A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte.

  © SÉRIE O URSO   : A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte. ©José Viana Filho Engana-se quem acha que a série O URSO, é só sobre comida e a rotina estressante dos bastidores de um restaurante, como também, o processo de formação de um chef de cozinha, todos seus percalços no mundo competitivo dessa profissão. Digamos que seja a cereja do bolo, ou porque não dizer, a isca que o criador da série Christopher Storer  usa para nos mergulhar em um carrossel de emoções e conflitos humanos. Além da cozinha, O USO faz esse mergulho de atritos familiares, relações amorosas, fracassos, luto, suicídio , empreendedorismos, coragem, gerenciamento de negócios, inseguranças e vai seguindo , nesse bojo de emoções, com um tom de sarcasmo, ironia e humor na medida certa. A série de três temporadas do Canal Disney+ vem sendo cultuada, pelo público e pela crítica: com 23 indicações no total,  O Urso  é agora a comédia com mais indicações na história do...

SEU ISAIAS E O FIM DO MUNDO

  Baseado em uma história real.       Capítulo I – A rua dos castrados.   Não há quem se lembre, ou que pelo menos tenham dito: em qualquer esquina, bar ou banco de praça. A cidade é muda e sem memória. Um baú de relicários esquecidos... O fato é que na década de cinquenta, essa cidade (que aqui não terá nome) tinha uma rua de homens castrados. Envoltos em luto e vergonha. Eram homens que se aventuraram em seduzir e prostituir meninas, adolescentes; onde quase sempre acabavam grávidas e se viam vingadas por um grupo denominado “justiceiros de Deus”. Os Justiceiros de Deus eram todos devotos da Igreja católica, mais precisamente frequentadores da Catedral Metropolitana da cidade, e assíduos trabalhadores da pastoral. Dizimistas, organizadores de festas, quermesses e toda ou qualquer organização que envolvesse a Igreja na cidade. Eram em sete, todos com mais de quarenta anos e casados. Uns pais, outros até avós, e agiam com total ratificação de sua...