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Mostrando postagens de julho, 2007

RESSURREIÇÃO (1989) DE ARTHUR OMAR

Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! (Augusto dos Anjos) No primeiro momento o filme “Ressurreição” choca: sua proposta de fotos que vão se comunicando por fades e corte secos montando um painel de violência com copros multilados, arrastados, estuprados, dão um impacto necessário para se levantar da cadeira e sair.O filme é bem mais do que só fotos de mortos, e, quem consegue ficar até o final e atentar para os detalhes da composição de Arthur Omar, pode até sair com uma bela li

JOSÉ AGRIPPINO DE PAULA, 14.07.1937 - 04.07.2007

MARGINAL ATÉ O FIM ... No último dia 04 de julho, morreu de infarto o cineasta e escritor José Agrippino de Paula . Estava pronto para postar aqui, no dia 14 de julho(quando completaria 70 anos) ,uma pequena homenagem de duas obras que considero importantes para mim: o livro PanAmérica e o filme “Hitler , Terceiro mundo”. O livro PanAmérica é um referência para diversas gerações de escritores,e é um painel alégórico que mistura diversos personagens da emergente cultura pop americana, como John Wayne, Marilyn Monroe, o jogador Joe Di Maggio, Andy Warhol, fazendo alusão a sociedade de consumo dos anos 60. José Agrippino com sua linguagem ,até de certo modo pulp, foi referência também para o Tropicalismo de Caetano e Cia. O livro foi um achado para mim e continua na minha lista de melhores leituras.Obrigatório... O filme ” Hitler, terceiro mundo” é uma película que faz parte da escola marginal da década de setenta. E faz jus a estética: choca, provoca e em muitos momentos aproxima se

RENATO RUSSO , A PEÇA.

Há tempos são os jovens que adoecem... No dia 11 de outubro de 1996 morria Renato Manfredini Jr , o Renato Russo, vítima de Aids. Onze anos depois, tive a oportunidade de ver Renato Russo em um palco(nunca vi um show ao vivo dele e da Legião Urbana). O palco a que me refiro foi do Teatro Vannucci na Gávea. Impressionante a atuação de Bruce Gomlevsky , ator que interpreta Russo. Ela canta, dança, toca,interage com a platéia sem perder o fôlego um só minuto.Sua caracterização nos leva a pensar que estamos diante de um dos maiores ídolos do rock nacional. A peça, em pouco mais de duas horas, é um conjunto de quatro grandes alicerces: Além do talento e coragem de Bruce Gomlevsky , tem o texto de Daniela Pereira de Carvalho , que mistura infância, adolescência, Aborto Elétrico(primeira banda do cantor), o Renato trovador , Legião Urbana , suas crises, amores e por fim seus últimos anos de vida. Tudo isso ao som da banda Arte Profana (em vinte e duas canções interpretadas pelo ator) e tend