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Mostrando postagens de abril, 2006

DOZE ANOS SEM DENER

O DRIBLE DE UM GOL E O GOL DE UM DRIBLE OU SAUDADES DE DENNER... Não é raro ver alguns comentaristas da velha guarda esportiva , comentarem, "esse drible foi melhor que um gol", "que jogada". Bom, hoje o drible perdeu espaço para um futebol, digamos, tático. Acabou o irresponsável, o imprevisível, o alegre. Eu não sou tão velho assim, mas ainda peguei alguns irresponsáveis com a bola no pé, ainda que poucos. Lembro, por exemplo, de um Romário driblando meio time do Flamengo e arrancando para o gol solitário, depois de ter passado a noite na farra. Sendo que o gol deu um título carioca de 1987. De um Edmundo driblando e rebolando no Campeonato Brasileiro de 1997 (onde o Vasco acabou ganhando o título brasileiro). Está certo que o gol é o que importa, mas um gol trabalhado dá muito mais prazer de gritar (e quem é torcedor vai concordar!) de vibrar... E são esses momentos que ficam em nossa cabeça, com certeza. Futebol para mim é isso, drible, alegria, movimentação...

PAULO FRANCIS

Paulo Francis: Cênico, cínico e atual Quando Paulo Francis morreu em 04 de fevereiro de 1997, sabia que algo que me era familiar naquele rosto, na voz, (aquele tom sarcástico e diferente do jornalismo brasileiro). Vários depoimentos tomavam conta do telejornalismo brasileiro, uns mais deslocados, outros mais emotivos. Confesso que fiquei curioso pela obra dele, e me senti culpado por não ler a famosa coluna "Paulo Francis e sua corte", que fora da folha de São Paulo e depois passou para o Estadão. Paulo Francis será sempre lembrado pelo seu rosto estampando uns óculos exagerados que mostravam ao fundo seus olhos expressivos pela timidez declarada: "Sei que é meio chocante o que eu vou dizer, mas eu prefiro a solidão dos livros ao contato com as pessoas. As relações humanas são sempre complicadas, não importa se com homens ou com mulheres. Eu sou um homem muito tímido" . Timidez que era substituída pelo tom fanfarrão e debochado ao apresentar, toda noite, seus comen

DIA DE SÃO JORGE

Hoje domingo dia 23 é São Jorge. Farei a alvorada na Igreja de São Jorge no centro do Rio de Janeiro por ser devoto e crente nos seus poderes. Aos demais devotos deixo o texto abaixo com algumas curiosidades, retirado da página http://www.uniafro.com.br/sjorge.htm Devotos no mundo inteiro comemoram no dia 23 de abril, o Dia de São Jorge, o santo padroeiro da Inglaterra, de Portugal, da Catalunha, dos soldados, dos escoteiros, dos corintianos e celebrado em canções populares de Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Fernanda Abreu. No Oriente, São Jorge é venerado desde o século IV e recebeu o honroso título de "Grande Mártir". Guerreiro originário da Capadócia e militar do Império Romano ao tempo do Imperador Diocleciano, Jorge converteu-se ao Cristianismo e não agüentou assistir calado às perseguições ordenadas pelo imperador. Foi morto na Palestina no dia 23 de abril de 303. Ele teria sido vítima da perseguição de Diocleciano, sendo torturado e decapitado em Nicomédia, tudo devid

ÁRIDO MOVIE

O Nordeste se mostra em um filme que inspira. "A primeira impressão é a que fica" . Ao assistir Árido Movie fiquei com a sensação de que o diretor Lírio Ferreira (Baile Perfumado) leu minha alma. Faço parte de migrantes que perderam sua identidade perambulando pelo Brasil e ainda do público que torce para o cinema nacional embarcar em idéias inteligentes e bem filmadas (o que é o caso desse filme). Uma grata surpresa para um final de semana vendo filmes, nem sempre bons, de outras países. O filme conta a trajetória de Jonas (Guilherme Weber), um jornalista que apresenta a meteorologia na TV, em São Paulo, capital. Ele recebe a notícia de que seu pai foi assassinado em Rocha, cidade fictícia do interior de Pernambuco, onde foi prefeito. A volta de Jonas a Rocha irá lembrar-lhe muito de quem ele é, ou poderia ter sido, embora nunca tivesse voltado à região desde a infância. E é dentro dessa trajetória que vemos a estética do sertão ser desenvolvida. Tudo isso sem este

PAULO LEMINSKI FILHO

O SAMURAI MALANDRO Gostaria de escrever teses e estudos sobre a obra de Paulo Leminski, mas não vou poder fazê-los. Meu conhecimento segue restrito a sua poesia, embora ela represente sua alma, ao que de fato esse Malandro Zen veio mostrar ao mundo. Sobre sua poesia sinto-me inteiramente à vontade, posso discorrer o que ela me passou, mas sempre aqui com a visão de leitor, onde de fato, começa sua influência em minha vida. Ler Leminski, ter descoberto sua obra, foi na verdade um caminho lento e gostoso. Sua poesia passa sobre a minha existência quieta, calma, suas rimas vem a mim como quem pede para ser inspirado, devagar... Parece que suas palavras caem como folha de outono. Deslizam sobre meus olhos e descansam em meus pensamentos. É uma sinfonia de palavras, que arrebatam e acompanham minhas idéias. Parece que seu legado poético tem o dom de ensinar e ao mesmo tempo rir de você. O que parecem às vezes palavras soltas são na verdade lições de vida, diria até ordens e conselhos. Sua

"NOSFERATU, EINE SYMPHONIE DES GRAUENS"

DE FRIEDRICH WILHELM MURNAU A trama: O agente imobiliário Thomas Hutter (Gustav von Wangenheim) vai até os Montes Cárpatos, a mando do seu chefe Knock, para vender um castelo no mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock (Max Schreck). No decorrer da trama o conde revela ser um vampiro milenar(Nosferatu). Thomas Hutter consegue fugir, mas no seu rastro segue junto para Bremen o vampiro Nosferatu, espalhando terror na região. O chefe Knock na verdade era um discípulo do vampiro e mesmo internado sente a presença do seu mestre na cidade. A mulher de Thomas Hutter, Ellen Hutter (Greta Schröder), presente todo o perigo e atrai o vampiro a seu leito e seguindo o livro dos vampiros, fica com ele até o galo cantar. Nosferatu então morre, junto com seu discípulo Knock restabelecendo toda a ordem novamente na cidade alemã de Bremen. A obra: Filmado em 1922 na Alemanha, "Nosferatu" é uma adaptação livre do livro de Bram Stoker (Drácula).

"TRANSFORMER" DE LOU REED E SECOS E MOLHADOS

Nasci no meio da década de setenta e sou cria da década de oitenta, assumido, eu confesso. Mas tenho um interesse maior pelo que a década de sessenta e setenta criaram, exceto por uns ou outros, tudo o que foi produzido entre os idos 1960 até 1978 influenciaram, influenciam e influenciarão toda a música pop, durante no mínimo uns duzentos anos à frente... Mas o que eu queria falar aqui era que achei dois grandes exemplos dessa minha tese, o primeiro álbum é "TRANSFORMER" de Lou Reed, uma pérola do início ao fim; com músicas que vão da depressão à falsa alegria americana. Um cheiro de "Glan Rock" no ar... "Transformer" foi o segundo lançamento solo, da carreira do ex-integrante da lendária banda Velvet Uderground. Com sua voz cadenciada (característica marcante aliás.) Lou Reed dá ritmo a um disco que marcaria boa parte da década de setenta e impulsionaria sua carreira. O disco, produzido por David Bowie (o camaleão do pop), trás pérolas como "I&#