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SÉRIE ATLANTA

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MINHA SANTA INÊS

  MINHA SANTA INÊS ©     Em 14 de março de 2025, Santa Inês do Maranhão completa cinquenta e oito anos de emancipação, e eu cá comigo fico envolto em lembranças da minha infância na cidade. Também costuro algumas memórias da minha adolescência, ali no final da década de oitenta, início da década de noventa do século passado. Nascido e criado na Rua Nova, bem no coração da cidade, acompanhei a explosão demográfica e estrutural da Rainha do Pindaré ,no início da década de oitenta ,e guardo lembranças assim meio opacas desse passado de pouco mais de quarenta anos. Surgem daí a construção da igreja da Matriz, como também, das festas da paróquia, sempre acompanhadas de parques e circos. Uma movimentação que deixava as celebrações da Santa padroeira da cidade, sempre marcadas com gosto de quero mais. É de minha memória também, o crescimento e construção a cada ano da Escola Horas Alegres, de onde tenho orgulho de falar que fui da primeira turma, pelo menos acho que fui, l...

HERMÍNIO MACÊDO CASTELO BRANCO - 'MINO': meu cartunista predileto.

  HERMÍNIO  MACÊDO  CASTELO BRANCO  - 'MINO': meu cartunista predileto. ©José Viana Filho Acho que eu tinha sete anos de idade quando peguei o primeiro “gibi” do MINO; minha tia avó Raetilde trouxe de Caxias do Maranhão, dois exemplares de sua RIVISTA: paixão à primeira leitura. O traço, o humor, as estórias e histórias contidas naqueles mágicos papéis, me encantaram na primeira percepção. Até hoje leio sua obra, na internet, em pdf e na sua RIVISTA impressa, foram várias que ganhei dele de presente, nas duas vezes que o encontrei. MINO é advogado de formação, profissão que segundo ele exerceu somente uma vez (a história dá um conto), e do direito para o desenho foi um pulo, para logo se tornar um grande cartunista. Ele é também artista plástico, escritor, cronista de mão cheia, um artista completo, daqueles que demoram para nascer e que enchem sua cidade e seu Estado de orgulho. O cearense de Fortaleza é um patrimônio cultural dessa plural terra de grandes artista...

CACÁ DIEGUES FOI CINEMA ATÉ O FIM

  CACÁ DIEGUES FOI CINEMA ATÉ O FIM © Cacá Diegues foi além da direção de cinema, foi uma espécie de eminência parda da sétima arte brasileira, ou ainda, um oráculo consultivo nas diversas crises da nossa produção nacional. Esteve na criação do CINEMA NOVO,  exilando-se e voltando com uma nova forma de produção no Brasil. Criou e filmou até o fim da EMBRAFILME, produzindo inclusive, na seca total de financiamento do começo dos anos 90 do século passado. Foi um dos primeiros a comandar a grande revolução da retomada do nosso cinema. Opinou, escreveu, propôs ideias, as vezes nem tão compreendidas e ou unânimes, participando ativamente da criação do que seria a ANCINE. Surfou na retomada reescrevendo sua filmografia, sendo também, um mestre para a criação de diversos núcleos de diretores da nova geração. Foi um entusiasta da nova geração de cineastas vindos das periferias dos grandes centros urbanos. Como se não bastasse, fez do fardão da Academia Brasileira de Letras sua camisol...

A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO

  A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO: o pioneiro programa infantil da década de oitenta. ©José Viana Filho A geração que nasceu na segunda metade decáda de setenta até no início da década de oitenta, vai ficar nostálgica e lembrar cada momento de sua infância ao ver a exibição do documentário A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO. Exibido em três capítulos: 1. Também quero viajar nesse Balão, 2. Mãe, me dá um dinheirinho, 3. Quando fica Grande; o streaming STAR+ consegue narrar na medida certa a importância do Grupo Balão Mágico, para o início do que seria um grande filão de consumo, tanto na música, com nos shows e em programas infantis na década de oitenta no Brasil. Simony, Tob e Mike já eram estrelas da música infantil, com dois discos lançados pela gravadora CBS, quando foram para a Globo e formaram com Jairzinho, a primeira formação para o programa de TV. A qualidade musical, o talento dos apresentadores infantis e a direção certeira de Nilton Travesso, ajudaram a transform...

JOSÉ MARIA SOARES VIANA: pai , músico e escritor.

  Foto: Geraldo Kosinski JOSÉ MARIA VIANA: pai , músico e escritor. ©José Viana Filho Segundo domingo de agosto se comemora o dia dos pais aqui no Brasil, e considero um privilégio da minha geração comemorar com o seu nesse dia. Esse ano será um domingo bem triste para mim e toda minha família, porque perdi meu pai há quase oito meses. Ainda mais nos últimos anos, que o dia dos pais, das mães, natal e qualquer aniversário dos infindáveis irmãos, sempre foram motivo para reunir todos; ou quase todos. Os últimos cinco anos que passei ao seu lado, tenho as melhores lembranças dele: o aranhão rápido no violão, algumas memórias passadas bem vivas, uns comentários pontuais de quem sempre tem todas as conversas ao pé do ouvido, como também, seus atos repetitivos fruto da sua doença. Meu pai, que aqui escolho nesta coluna para representar todos os pais de Santa Inês, foi diagnosticado com Alzheimer em 2017. Ele lutou, como sempre lutara a vida por qualquer enfermidade e ou obstáculos, e ...

FILME "AINDA ESTOU AQUI"

  FILME "AINDA ESTOU AQUI" de Walter Salles  ©José Viana Filho                                       @waltersalles_oficial  como poucos cineastas ,sabe nos colocar no filme,na vida dos personagens. Em "AINDA ESTOU AQUI" não é diferente : mergulhamos,nos primeiros 40 minutos, na casa de Eunice e Rubens Paiva; seus filhos,suas comidas,seus amigos ,cachorro,parecem nossos.Tudo soa tão familiar...                                       Na minha opinião,é isso que nos faz no restante da película, sofrermos com o drama de Eunice Paiva ,e entendermos a força e sacrifícios dela e dos seus filhos ,em um final verídico e bem humano. Uma heroína de carne e osso vivida magistralmente por Fernanda Torres. Walter filma a tortura militar ,nos convidando ao drama dos Paivas. Simples,franco e direto...V...

VASCO, VALENCIA E VINI JR: O racismo no futebol.

                             VASCO, VALENCIA E VINI JR: O racismo no futebol. ©José Viana Filho Um dos grandes orgulhos de qualquer vascaíno é falar da resposta histórica de 1924. Um dos maiores documentos da história contemporânea contra o racismo nacional, muitas vezes é rechaçado, desprezado e até minimizado por diversos torcedores. Torcedores inclusive, dos times que se uniram para “expulsar” o campeão carioca da famosa liga racista, preconceituosa e burra. Burra porque tirava o time sensação da época, composto de craques pretos, pobres e que começariam a romper a barreira da elitização, fazendo com que o futebol fosse popularizado pelo Brasil território adentro. Todo vascaíno carrega um pouco desse DNA, e sim, sempre lembraremos desse momento histórico; seremos repetitivos, enfáticos e porque não dizer , didáticos quando se tratar de racismo. Cem anos depois, um século exato completo em 2023, do título cario...

CANGAÇO NOVO: Uma série que marca a dramaturgia nacional.

  CANGAÇO NOVO : Uma série que marca a dramaturgia nacional. ©José Viana Filho A série CANGAÇO NOVO retrata com mestria, a violência dos assaltos as agências bancarias no interior do Nordeste. Engana-se quem pensa que a obra é somente violência e ação: a narrativa é entrelaçada de conflitos, tais como, disputa política de grilagem de terras, a precariedade da distribuição da água em terras secas nordestinas, disputa de poder político, religiosidade e pobreza. Visto com esse prisma, o crime organizado ganha ainda mais poder de exposição. Os novos cangaceiros do nordeste, aqui vivendo em Cratará, fictícia cidade do sertão cearense, são frutos de todo esse caleidoscópio social. Partindo desse enredo vemos Ubaldo, interpretado de forma magistral por Allan Souza Lima, ir atrás de uma herança de terra, depois de descobrir uma carta no quarto de seu pai adotivo. Essa é a faísca que o roteiro precisa para explodir, ou melhor, nos apresentar a trama. Começamos a entender a “missão” de Uba...

Série "Succession" da HBO

  Série Succession da HBO ©José Viana Filho Um dos grandes sucessos da HBO, a série Succession (2018) é um caleidoscópio de sucessivas disputas familiares que envolve dinheiro, traição, acordos, como também, conflitos de casais, de irmãos, de trabalho. Tudo pincelado com a irônica, e porque não dizer, cruel linguagem do capitalismo de fusões, incorporações , mercado de ações dentro do bizarro  jogo de compra e venda de empresas e conglomerados. A figura central de toda trama é o patriarca da família Roy: tudo gira em torno do magnata do entretenimento dos EUA. Logan Roy é vivido magistralmente pelo ator escocês Brian Cox. O ator eleva a qualidade da interpretação, por impor ao seu personagem empatia imediata ao telespectador. Cox entra para o rool seleto de vilões, que nos supreendem pelas atitudes horrendas. São figuras que adoramos e até torcemos por suas ações maldosas, assim como, pela presença em tela e fina exposição dos diálogos do seu personagem. O elenco aliás, ...