CACÁ
DIEGUES FOI CINEMA ATÉ O FIM ©
Cacá
Diegues foi além da direção de cinema, foi uma espécie de eminência parda da
sétima arte brasileira, ou ainda, um oráculo consultivo nas diversas crises da
nossa produção nacional.
Esteve
na criação do CINEMA NOVO, exilando-se e voltando com uma nova forma de
produção no Brasil. Criou e filmou até o fim da EMBRAFILME, produzindo
inclusive, na seca total de financiamento do começo dos anos 90 do século
passado.
Foi
um dos primeiros a comandar a grande revolução da retomada do nosso cinema. Opinou,
escreveu, propôs ideias, as vezes nem tão compreendidas e ou unânimes,
participando ativamente da criação do que seria a ANCINE.
Surfou
na retomada reescrevendo sua filmografia, sendo também, um mestre para a criação
de diversos núcleos de diretores da nova geração. Foi um entusiasta da nova
geração de cineastas vindos das periferias dos grandes centros urbanos.
Como
se não bastasse, fez do fardão da Academia Brasileira de Letras sua camisola de
dormir, exibindo com orgulho o fato de ser um representante do cinema nacional
na casa de Machado de Assis.
Pintou
e bordou com seus filmes históricos, tornando a figura de linguagem quase que
uma obrigação à sua produção cinematográfica: o Cacá da Xica da Silva, o Cacá
do Quilombo, do Ganga Zumba, o Cacá que cruza o país no BYE BYE BRASIL, que
viaja em QUANDO O CARNAVAL CHEGAR e por fim que diverte em DEUS É BRASILEIRO.
Um
homem diverso dividido em uma obra diversa, uma voz e uma liderança dentre tantos
outros cineastas, que deixou um legado entre filmes, crônicas e ideias. Um dos últimos
grandes pensadores do Brasil.
©José Viana Filho é Bacharel em Cinema
pela UNESA(RJ) e Mestre em Políticas Públicas pela Faculdade Latino Americana
de Ciências Sociais.
Email: josevianafilho@gmail.com Blog: www.josevianafilho.blogspot.com.br