
O filme La zona( Zona do Crime ) do diretor Uruguaio que vive no México, Rodrigo Plá, é uma síntese do que as grandes cidades estão se transformando. O roteiro , de sua mulher, Laura Santullo é baseado em um conto que ela mesmo escreveu sobre uma cidade futurista que se isola no limite da exclusão social. O diretor e sua mulher se espantaram ao ver que na sua própria cidade o futuro do conto já estava acontecendo.
La zona do título é um grande condomínio cercado por favelas de todos os lados e que possui um grande sistema de segurança e regras próprias ditadas por uma assembléia. E é essa mesma assembléia que decide agir por conta própria e matar um dos sobreviventes de uma tentativa frustada de assalto.
Ao ultrapassar o outro lado do muro, três rapazes tentam assaltar La zona, dois morrem e um é perseguido como rato pelos moradores. A premissa do filme é essa: é um jogo dos moradores do condomínio, contra um “inimigo”de fora. Um super filme de ação e suspense, todos podem pensar ao ler a sinopse, mas o filme é muito mais do que cenas de gato e rato...

La zona nos trás para o velho problema que passam as grandes cidades pelo mundo a fora (Rio de Janeiro, México,etc ...). A divisão aparente da cidade , o isolamento completo das classes mais privilegiadas, e também o completo abandono do Estado com relação a ricos e pobres.
O filme é um perfeito painel para quem vive em uma grande cidade e quer se ver na tela. Está lá a corrupção policial, a diferença gritante de renda,os jovens ricos alienados e as anomalias geradas pelo estado mal gerido(justiça do olho por olho, dente por dente).
O diretor acerta em não tomar partido de qualquer lado, não sobra pra ninguém e todos no fundo tem um pouco de razão em uma ou outras ações. Acertam em algumas e erram e muito em outras. Tanto a polícia, os moradores e os mais pobres.
Rodrigo Plá , acerta ainda mais , ao colocar a visão de um dos filhos dos moradores (adolescente)sendo modificada no decorrer dos acontecimentos, como se fóssemos nós re-aprendendo a viver em sociedade. É um filme Obrigatório.
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