O PRIMEIRO E ÚNICO REBELDE

No dia 02 de julho de 2004 (há quatro anos atrás), morreu Marlon Brando, e , como toda sua vida foi de atuação, seu final foi digno de uma ópera: morreu só , em um hospital de Los Angeles, de uma causa não divulgada e pobre(devia vinte milhões de dólares). Estava com oitenta anos, gordo e quase não atuava mais(seu último filme foi à Cartada final de 2000 com Robert de Niro).
Não era mais o Brando que conseguiu cinco indicações seguidas do Oscar, ganhando na última por “Sindicato dos Ladrões” (1954), nem o Brando que defendia as causas indígenas e ambientais. Não era mais o sedutor de um “Uma rua chamada pecado” (1951, na minha opinião sua melhor atuação), nem o sofrido e dúbio homem de “O último tango em Paris” (1972).

Brando, no decorrer da sua vida, mergulhou em loucuras que talvez só seu personagens pudessem viver. Viu seu filho matar o cunhado e depois amargou o suicídio de sua bela filha... Subiu em tribunais para defendê-lo como a mesma força que Vitor Corleone em “ O poderoso Chefão” (1972,ganhou outro Oscar), e por último viveu em uma solidão, até morrer, igual ao Col. Walter E. Kurtz em “Apocalipse Now” (1979, na minha opinião o melhor filme de guerra já feito).
De fato podemos dizer com toda a certeza, que ele não deixou sucessores(talvez uns imitadores), há outros grandes atores, mas nenhum levou tão pouco a sério a forma de atuar e mesmo assim foi tão genial como Marlon Brando, o primeiro e único selvagem do cinema mundial.
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