Pular para o conteúdo principal

Série "Succession" da HBO

 




Série Succession da HBO

©José Viana Filho



Um dos grandes sucessos da HBO, a série Succession (2018) é um caleidoscópio de sucessivas disputas familiares que envolve dinheiro, traição, acordos, como também, conflitos de casais, de irmãos, de trabalho. Tudo pincelado com a irônica, e porque não dizer, cruel linguagem do capitalismo de fusões, incorporações , mercado de ações dentro do bizarro  jogo de compra e venda de empresas e conglomerados.

A figura central de toda trama é o patriarca da família Roy: tudo gira em torno do magnata do entretenimento dos EUA. Logan Roy é vivido magistralmente pelo ator escocês Brian Cox. O ator eleva a qualidade da interpretação, por impor ao seu personagem empatia imediata ao telespectador. Cox entra para o rool seleto de vilões, que nos supreendem pelas atitudes horrendas. São figuras que adoramos e até torcemos por suas ações maldosas, assim como, pela presença em tela e fina exposição dos diálogos do seu personagem.

O elenco aliás, guiados pela maestria que Cox impôs ao desenrolar da série, é o ponto chave para realçar ainda mais o excelente roteiro: que faz a intersecção certeira entre conflitos familiares, jogo empresarial, relações humanas no mundo capitalista selvagem americano globalizado. O núcleo familiar da Família Roy, com ênfase nos filhos herdeiros, vividos pelos atores Kieran Culkin, Jeremy Strong, Alan Ruck e Sarah Snook é a base de equilíbrio do denso script, e os desfechos que a estória vai nos apresentando. Impecáveis em cada palavra solta, verbos pronunciados; os filhos de Logan Roy são um produto da “criação” do pai, envoltos na linguagem moderna, de coaches capitalistas e financistas escrotos do mundo globalizado contemporâneo.

A série foi mais um acerto da HBO, que conta com seu já “selo de garantia” e qualidade, de produções de séries com sucesso mundial. Succession tem quatro temporadas, sendo a última ainda em desfecho; e todas, a seu modo, possuem seu impacto nessa disputa de poder familiar. É crível e assustadoramente perto da realidade da era financista de fusões, e de guerras de disputas de famílias bilionárias. Vale cada episódio.

 

Cereja do Bolo: O tema de abertura composto por Nicholas Britell é impactante e pode ser escutada na versão estendida no endereço abaixo :


 https://www.youtube.com/watch?v=qf8JqenqH30&t=1219s

 

©José Viana Filho é Bacharel em Cinema pela UNESA(RJ) e Mestre em Políticas Públicas pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais.

      Email: josevianafilho@gmail.com  Blog: www.josevianafilho.blogspot.com.br        


Postagens mais visitadas deste blog

FILME "AINDA ESTOU AQUI"

  FILME "AINDA ESTOU AQUI" de Walter Salles  ©José Viana Filho                                       @waltersalles_oficial  como poucos cineastas ,sabe nos colocar no filme,na vida dos personagens. Em "AINDA ESTOU AQUI" não é diferente : mergulhamos,nos primeiros 40 minutos, na casa de Eunice e Rubens Paiva; seus filhos,suas comidas,seus amigos ,cachorro,parecem nossos.Tudo soa tão familiar...                                       Na minha opinião,é isso que nos faz no restante da película, sofrermos com o drama de Eunice Paiva ,e entendermos a força e sacrifícios dela e dos seus filhos ,em um final verídico e bem humano. Uma heroína de carne e osso vivida magistralmente por Fernanda Torres. Walter filma a tortura militar ,nos convidando ao drama dos Paivas. Simples,franco e direto...V...

VASCO, VALENCIA E VINI JR: O racismo no futebol.

                             VASCO, VALENCIA E VINI JR: O racismo no futebol. ©José Viana Filho Um dos grandes orgulhos de qualquer vascaíno é falar da resposta histórica de 1924. Um dos maiores documentos da história contemporânea contra o racismo nacional, muitas vezes é rechaçado, desprezado e até minimizado por diversos torcedores. Torcedores inclusive, dos times que se uniram para “expulsar” o campeão carioca da famosa liga racista, preconceituosa e burra. Burra porque tirava o time sensação da época, composto de craques pretos, pobres e que começariam a romper a barreira da elitização, fazendo com que o futebol fosse popularizado pelo Brasil território adentro. Todo vascaíno carrega um pouco desse DNA, e sim, sempre lembraremos desse momento histórico; seremos repetitivos, enfáticos e porque não dizer , didáticos quando se tratar de racismo. Cem anos depois, um século exato completo em 2023, do título cario...

A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO

  A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO: o pioneiro programa infantil da década de oitenta. ©José Viana Filho A geração que nasceu na segunda metade decáda de setenta até no início da década de oitenta, vai ficar nostálgica e lembrar cada momento de sua infância ao ver a exibição do documentário A SUPERFANTÁSTICA HISTÓRIA DO BALÃO. Exibido em três capítulos: 1. Também quero viajar nesse Balão, 2. Mãe, me dá um dinheirinho, 3. Quando fica Grande; o streaming STAR+ consegue narrar na medida certa a importância do Grupo Balão Mágico, para o início do que seria um grande filão de consumo, tanto na música, com nos shows e em programas infantis na década de oitenta no Brasil. Simony, Tob e Mike já eram estrelas da música infantil, com dois discos lançados pela gravadora CBS, quando foram para a Globo e formaram com Jairzinho, a primeira formação para o programa de TV. A qualidade musical, o talento dos apresentadores infantis e a direção certeira de Nilton Travesso, ajudaram a transform...