
UMA PEÇA, DOIS ATORES E VÁRIOS DISSABORES

A peça começa com o caminhoneiro malandro, vivido por Ricardo Marecos, entrando no apartamento da ingênua balconista de quermesse, vivida por Marta Paret. As intenções do caminhoneiro de dar "uma bimbada maneira" acabam se transformando em um jogo psicológico de descobertas de medos, desejos e solidão por parte do casal inusitado.
O texto de Paulo Reis é irônico e recheado de bom humor, ao mesmo tempo em que aos poucos vai revelando pequenas pinceladas de lirismos e drama. Essa mistura faz que em pouco mais de uma hora, a peça te conquiste por inteiro. Impossível ficar indiferente à solidão e anseios dos personagens, sem pelo menos não se colocar em alguma situação que os dois discutem.
Ricardo Marecos acerta ao fazer um caminhoneiro cheio de malandragem sem cair em uma caricatura fácil. Marta Paret, encanta pela mistura ingênua, doida e divertida. Além de esbanjar beleza e sensualidade no palco. Os dois atores levam o texto, com algumas viradas e solos, sem perder um momento da caracterização dos personagens.
Destaque também para o final onírico, que torna "O fio da meada" uma estória de amor inusitada e diferente, bem ao estilo das grandes cidades. Ver para crer.

A direção é de Mônica Alvarenga. A peça ficará em cartaz até o dia 28 de maio no teatro Ziembinski, na Tijuca. De sexta a domingo, às 20 horas.
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