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POESIAS DE NAURO MACHADO


NAURO MACHADO


A ANTIBIÓTICA NOMENCLATURA DE NAURO


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No dia 02 de agosto de 1935, nascia um dos maiores representantes da literatura brasileira. Maranhense de São Luís, este poeta fecundo e hermético tem publicado mais de trinta livros e algumas antologias. Nauro Machado faz parte da geração de grandes poetas, que firmaram a poesia moderna brasileira em um patamar digno, e ainda buscaram caminhos fecundos e distintos para a língua portuguesa no Brasil.

Infelizmente Nauro ronda o caminho do esquecimento e até de não conhecimento de sua obra. Tido para alguns críticos como o Fernando Pessoa brasileiro, seus poemas ainda estão reservados para um grupo seleto de leitores que desfrutam da sua sensibilidade, bem como se influenciam direta e indiretamente através do seu legado. O fato é, que, sua obra, bem como o autor, andam soltos pela Ilha de São Luís, aliás, um dos poucos privilégios, diria até um diferencial de morar em São Luís do Maranhão, é ter Nauro Machado andando pelas ruas da cidade...

Tenho em mãos uma antologia poética que começa com "Campo sem Base" (1958) e vai até "Funil do ser" (1995), seu último livro "A rocha e a rosca" é de 2003. Despeço-me com duas poesias do primeiro e o do último livro (da antologia) respectivamente:



METAMORFOSE INICIAL

Me crio em nova forma. Não
A que em quartos, corpos
Gastos sofrem, tão sós,
Pastos vis de um mútuo asco
Solitários. Bem os sei também
Distendidos, parto enfim
Da morte, não a própria
(dificílima),
mas suja e dividida
forma. Uma incessante, dia meu, -
árduo, que sobre o piso a
comida de ontem jazz. Sabe a ,
tarde, loucura, carne ou
legume? No banho seu odor
me penetra ? sabre. Foi e
não é, coube e já não
cabe: cai, ressequida, lúcido
ódio! Me crio em nova
forma. Não esta, mas outra
maior, dia meu, mais árduo,
onde meus ócios secam,
apodrecidos, no tédio
das palavras.



CONSOLO E TABUADA

A poesia, poeta
É um hálito apenas:
O beijo sonoro
De uma boca morta.
O primeiro número
No derradeiro:
O número total
Na essência de Deus.

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